E S B O Ç O S

      Mauro Pereira

 

Às vezes paro, em meio à labuta
de seres encarnados, desleais.
Minh'alma estaca, ante a tanta luta
e atos vís, por causas tão banais.


Em meu vagar me ponho à escuta,
onde deixei uns sonhos nos varais.
Vejo-os ali, como no galho  a fruta
que aguarda a apanha ou apodreçe e cai.


Eu, que os sonhara inda muito moço,
Não deu-me folga a enxada... a correria...
Criei meus calos e abortei uns sonhos.

As trilhas que hoje, em meu rosto exponho,
Fazem-me triste a os deixar no esboço,
Mas grato por os ter sonhado, um dia.

                    Patos de Minas, 19/11/2020

MAURO PEREIRA
Enviado por MAURO PEREIRA em 24/01/2021
Reeditado em 22/08/2022
Código do texto: T7167906
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