18 HORAS NO CERRADO
O vento passa e o cerrado murmura
Porém tão achavascado que parece
Um canto, uma suplica, uma prece
Uma poética cheia de acre tristura
No horizonte o pôr do sol adormece
Turba-se a tarde, uma luz já fulgura
No céu, tão alva e farta de ternura
A noite caudalosa sobre ele desce
O silêncio embatuca convulsamente
Varrendo a negror ao peso do poente
Agigantada escuridão! O acme agora!
Tem da coruja o gemido cavo e pesado
Toda a melancolia, através do teu piado
18 horas, a noite no cerrado não demora!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/01/2021, 18’00” – Triângulo Mineiro
paráfrase Ana Amélia
Vídeo no Canal do YouTube:
https://youtu.be/K5e6zKvgL2o