QUANDO DIGO, DESDIGO
Eu digo o que digo e depois desdigo,
Sem pena da pena que há de escrever.
Deixo a tinta correr e escorrer,
Às vezes borra, e se borra eu nem ligo.
Não importa. Quem se importa comigo?
Só eu. Ser ou não ser, ter ou não ter,
Deixo a vida correr e escorrer,
Seguirei a olhar meu próprio umbigo.
Se um dia for julgado por alguém,
Faltas não me faltam pra que julguem.
O que peço é que sejam complacentes,
Qualquer tipo de perdão já me serve,
Pra que a pena que eu leve seja leve,
E suave o meu ranger de dentes.