QUANDO DIGO, DESDIGO

Eu digo o que digo e depois desdigo,

Sem pena da pena que há de escrever.

Deixo a tinta correr e escorrer,

Às vezes borra, e se borra eu nem ligo.

Não importa. Quem se importa comigo?

Só eu. Ser ou não ser, ter ou não ter,

Deixo a vida correr e escorrer,

Seguirei a olhar meu próprio umbigo.

Se um dia for julgado por alguém,

Faltas não me faltam pra que julguem.

O que peço é que sejam complacentes,

Qualquer tipo de perdão já me serve,

Pra que a pena que eu leve seja leve,

E suave o meu ranger de dentes.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 24/01/2021
Reeditado em 29/01/2021
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