O FIO DA NUDEZ
Como ramo de flor subi
Do íntimo de tuas raízes
Até que meus lábios enchi
Com teus sibilos de seiva
Beijei teu pomo de maçã
Senti o fruto de tua natureza
Sorvi no orvalho da manhã
O brilho de tua gota resinosa
Abri a porta de teu peito e vi
A espuma dos seios nacarados
Então o fio de tua nudez teci
Vesti teu corpo delgado e sinuoso
E te fiz mais íntima do que nunca
Petrificada em puro êxtase de gozo
(Francisco José Soares Torres -
Síndrome Poética-Rumo Editorial)