Carnaval e nostalgia

No carnaval de antigamente havia
o sentimento de alegria pura,
a plenitude da feliz ventura,
de transportar, no coração, poesia.
 
À Columbina, um Pierrot dizia
da eternidade de um amor, a jura,
com o semblante a transbordar ternura,
na madrugada, no raiar do dia.
 
O encantamento que existia outrora
transfigurou-se num turismo agora,
em lucrativo simulacro, enfim.
 
Na serpentina da memória resta
a nostalgia da espontânea festa,
felicidade que chegou ao fim.
 
 
EDIR PINA DE BARROS
ACADEMIA BRASILEIRA DE SONETISTAS
Cadeira n. 6 – Cecília Meireles

Soneto sáfico puro, com tônicas apenas nas sílabas 4-8-10

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 20/01/2021
Reeditado em 23/02/2023
Código do texto: T7164620
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.