BRISA ARDENTE

Conceda o ninho divinal do seu abraço

e me conduza ao universo de ternura

do seu calor, na proteção que me assegura

a liberdade em desnudar o bom que faço.

E assim, pairarmos, plumamente, ao descompasso

da brisa em dança, ardente anseio que fulgura

em nossos corpos viciados na fissura

de se entranharem, apertando os nós do laço.

Depois de tempo, extenuados pelo rito

mais sacrossanto que, na Terra, se realiza,

vamos ao cume que, aos alantes, é restrito.

Aterrissados, novamente, a vida avisa

que é necessário prosseguir no chão conflito,

que o mundo cobra pelo bem do ardor da brisa.