Bambuzais

 
Uma sábia anciã gostava muito de falar sobre os bambuzais, fazendo as suas analogias:
Que as suas raízes são profundas, buscam a luz do sol com altivez, pendem nas adversidades, são humildes e nunca caem...
Seus galhos são cheios de nós, ocos, crescem um ao lado do outro como, “nós”, e não “eu”, são plantas fenomenais
Convivem coletivamente permitindo que o outro cresça ao seu lado em plena harmonia.


Assim como os animais frágeis que vivem com seus bandos lado a lado e se protegem
Revingaram-se em grupos e vão para labuta cotidiana com mais firmeza e muita gana
Não perdem seu tempo dando tanta atenção para os galhos, permitem nascer, sobem e planam.
Soberanos, volvem seus olhos sobre as planícies, dão um tom verde-amarelado à paisagem.


Ela amava os bambuzais e dizia: são plantas resistentes, protegem os “portais” ...
Assim como as adoráveis borboletas que sobrevoam leves as flores dos campos...
Como a força dos búfalos e cavalos que açoitam firmes, incógnitos e magistrais.


São plantas que suportam muito mais que as vaidades e arrogâncias descomunais
Se esgueiram acompanhando sabiamente, conforme sopram os ventos, sem prantos
Curvam-se simploriamente e, diante dos temporais, sublimam e agradecem, normais...






 

Texto: Miriam Carmignan
Imagem Google