Passar pela vida

Viver na superfície deste mundo,

Sem danos, sem surpresas, sem espantos

Ou submergir, buscar o mais profundo,

Correr perigos, desvendar encantos.

A plenitude está nos entretantos,

Quem teme as dores nunca chega ao fundo,

Nem toca o lodo dos sombrios cantos,

Do lago, o ponto sempre mais fecundo.

Por ser a vida o dom mais precioso

E o mundo sendo hostil e perigoso,

Jamais se deve, à morte, dar guarida.

Porém, aquele que não corre um risco,

Sempre escondido, fugidio, arisco,

Existe apenas, mas não vive a vida.

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 18/01/2021
Reeditado em 25/10/2021
Código do texto: T7162413
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