AS ROSAS DO POETA

Na noite afligente, adentra a procela

no quarto e me traz mortífera bruma,

sorrisos carcome, os olhos esfuma,

soprando cruel poeira na cela.

As horas se vão e fuga nenhuma

encontra o pesar até que a janela

da insânia se acende, o luto debela,

devora o plangor, delírios empluma.

A falta sentida o canto alivia:

estendo um jardim na cama vazia,

alfombra do olor, beleza e doçura.

O peito se rende às rosas perfeitas

trazidas por ti enquanto me enfeitas

de luzes, saudade, alívio à tortura.