Solitude Incontida
Derrama em prantos a índole minha
Pela imenso espaço aqui entre nós
Por não conseguir escutar a tua voz
Por não mais seguir a tua mística linha
Espasmos, cochichos aflitos e roucos
Na boca, o gosto oceânico em puro sal
Os olhos carmesim, um tanto foscos
E no peito, a clara prepotência total
Choro o desejar, e o choro o não poder ter
Teus abraços hipnotizantes a me envolver
Ah! Por que logo não vem afinar meu pranto?
Necessito de ti, deslumbrante e bela criatura
Tenha piedade e livra-me desta rígida clausura?
E corra ao meu enlaço, torne-se meu acalanto.