Soneto para os Ambiciosos

Seja qual for o poeta afiaria as penas

para deliciar-las com teus versos pobres,

e implorariam com límpidas cantinelas

pulsar por uma ocasião teus traços nobres.

E se relacionassem os sentimentos tantos

do apetite de amor que protege na boca;

transbordariam sempre cortantes prantos,

a procurar os beijos da juventude louca.

Mas manteriam-se no desejo que espinha

visto que essa musa, fina flor sem paradeiro,

não percorre mais pelas noites assim sozinha

Já esbarrou-se com seu poeta aventureiro

e podem tirar esse olho-gordo, ela é minha!

E a ela destinarei que meu amor por inteiro.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 14/01/2021
Código do texto: T7159826
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.