Soneto para os Ambiciosos
Seja qual for o poeta afiaria as penas
para deliciar-las com teus versos pobres,
e implorariam com límpidas cantinelas
pulsar por uma ocasião teus traços nobres.
E se relacionassem os sentimentos tantos
do apetite de amor que protege na boca;
transbordariam sempre cortantes prantos,
a procurar os beijos da juventude louca.
Mas manteriam-se no desejo que espinha
visto que essa musa, fina flor sem paradeiro,
não percorre mais pelas noites assim sozinha
Já esbarrou-se com seu poeta aventureiro
e podem tirar esse olho-gordo, ela é minha!
E a ela destinarei que meu amor por inteiro.