Paz flutuante

 
Eu caminho sozinha pela relva, numa inquieta paz flutuante
Com os meus pensamentos distantes que logo se esvaziam
De sonhos singelos e adoráveis que aos poucos se desfaziam
Dos afetos e desafetos que se contrapõem como os viajantes.

Assim como as tristezas e as alegrias, elas chegam de mansinho
Na imensidão das vulnerabilidades somos os turistas contentes
Presos nas falácias da liberdade, mascaramos os belos presentes...
Permitimo-nos aprisionar nossas livres almas, bem devagarinho.

Nas nossas andanças surgem os ternos olhares dos homens bonitos
Que falam mais que o balbuciar dos lábios envolventes e desejáveis
Penetram acariciantes e sedutores como o azul do céu no infinito...

Partilhamos flores e risos nos dias ensolarados e nas noites de lua
Ofertamos rosas vermelhas e perfumadas em situações louváveis
Memórias guardadas e revividas que flutuam soltas, desertas e nuas...





 

Texto e imagem: Miriam Carmignan