SONETO SINCERO
Entre os que choram célebre defunto
Há bêbados e a não mais constrangida
Família -- ele era um doce...ai, que eu vou junto!
Cantou o vazio aos drinques, curta a vida...
Se num velório assim faltar assunto
Não faltará mentira descabida
Por homenagem ao recém-presunto,
E etílicos lamentos e bebida.
Sozinho, achado o morto, kitsch, que brega!
Dirá nada ou bem pouco duma causa,
Do fígado que a tempo já não chega...
Partiu -- se em paz, só pus, não especulo --
Que ao canto frívolo não seja pausa,
Apenas, findo, então, seu verso chulo.
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