SONETO SINCERO

Entre os que choram célebre defunto

Há bêbados e a não mais constrangida

Família -- ele era um doce...ai, que eu vou junto!

Cantou o vazio aos drinques, curta a vida...

Se num velório assim faltar assunto

Não faltará mentira descabida

Por homenagem ao recém-presunto,

E etílicos lamentos e bebida.

Sozinho, achado o morto, kitsch, que brega!

Dirá nada ou bem pouco duma causa,

Do fígado que a tempo já não chega...

Partiu -- se em paz, só pus, não especulo --

Que ao canto frívolo não seja pausa,

Apenas, findo, então, seu verso chulo.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 09/01/2021
Código do texto: T7155590
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