Um velho abajur sem luz, empoeirado
Ali inútil num palco taciturno
Sozinho ali no canto abandonado
Sem nenhuma plateia de um tempo uno
Vigilante que foi das minhas noites
Vive sombrio meu velho mirone
Companheiro dos frequentes pernoites
Cúmplice das minhas horas insones
Que os feitos iluminou e assistiu
Se pudesse falar o que viu
Muito teria para contar
Sabe bem segredar momentos quentes
Das intimidade e noites ardentes
Por inércia não pode revelar