O TOURO VERSUS CORONA
“Bem-vindo Ano do Touro”
“Assim dir-se-ia que a caudal gigante
Larga sucuruiaba do infinito
Co' as escamas das ondas coruscantes
Ferrara o negro touro de granito!...
Hórrido, insano, triste, lacerante
Sobe do abismo um pavoroso grito...
E medonha a suar a rocha brava
As pontas negras na serpente crava!”
Castro Alves, Vitória sobre Sucuri
Se o boi soubesse a força que tem
Nenhum mal venceria o Bem!
Raul Brandão
Se a energia de um Touro vale mil vacinas
Intuiu o poeta – na sua vitória sobre Sucuri –
P´ la convicção que suporta por entre linhas;
Ou se um Boi soubesse bem a força que tem,
No verbo do lídimo Brandão – conforme o que li –
Não haveria nenhum Mal a derrotar o Bem…
E neste Ano do Touro, ou Boi, qu´ emerge à tona,
Confiemos na Força expressa sobre o Corona.
A Natureza, ainda que Bela, é nua e crua
E seus efeitos sobre o Homem são nocivos
Havendo o risco que a sua Vida se destrua;
Mora, porém, dentro da sua própria Mente,
Indómita Força, qual Touro d´ afiados chifres,
Que, do Tirano, afastará a fera da sua frente…
E não haverá Sucuri, nem Corona, que resista
Neste Ano de Esperança que já evolui na Pista!
Alves e Brandão puseram o dedo na ferida
Usando das palavras pra dar força à Vida!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA