Sou...


Sou o sopro dos ventos leves que trafegam pelos tempos
Sou o fogo dos raios fulminantes que estouram no horizonte
Sou o gelo da neve branca que cai e paira sobre os montes
Sou a força das águas nos temporais inesperados e violentos.

Sou uma floresta encantada ou apenas uma árvore quebrada
Sou a escora das rochas pontiagudas das grandes ribanceiras
Sou a força das águas espumantes nas quedas das cachoeiras
Sou a invisibilidade da atenuante neblina na beira da estrada.

Sou um barco velho esquecido e à deriva nas ondas do mar
Sou a chuva, sou o sol, sou o brilho das estrelas e a luz do luar
Sou um animal selvagem, sou um racional e faminto homem...

Sou os ciclos dos tempos que vão passando e nos consomem
Sou claro, sou escuro, mas se claro: ilumine, não seja perverso
Sou os incógnitos e excepcionais labirintos do grande universo.







Texto: Miriam Carmignan
Imagem Google