Acreditar na nossa boa estrela


Machuco meu coração ouvindo a rudeza nas suas palavras
Mergulho num poço silencioso, tento encontrar uma saída
Nado a esmo, nas águas turvas, aborrecimentos desta vida 
Encruzilhadas do amor pela dor, queimando feito uma larva.

Escuros segredos amontoados, dentro de um ser peregrino
Paralisando seus dotes preciosos, num rompante momento
Nebulosas tempestades de vagos e distorcidos argumentos
Embalsamando meus sentimentos, com receio deste felino.

Contradições desnorteantes, estampadas no seu semblante
Como um camaleão dissimula nas variantes cores, desafeto
Julgas desordenadamente, comprimindo o que seria correto.

Curvo-me sabiamente, acreditando que sou forte e valente
A boa estrela ilumina, crescemos lentamente como os fetos
Renascendo no amanhecer, mesmo errado, está tudo certo.

 





Texto: Miriam Carmignan
Imagem Google