TRILHA XXVI- ANO NOVO- ALEXANDRINO CLÁSSICO
*ANO NOVO*
Transpassado o final, recomeça a rotina,
Renovando a emoção palpitante no peito,
União fraternal nos humanos culmina,
Gloriosa estação de um instante perfeito!
Comprovando que o mal sutilmente fascina,
Alternando a afeição, deturpando o preceito,
Epopeia de irmão aprendiz e que ensina,
Na corrida anual, o passado bem feito!
Saboroso fator que se prova e se doa,
Energia de amor renascendo na boa
Expansão a vencer sem nenhuma cobrança,
Reverbera o esplendor de pessoa à pessoa,
Pleno império de ardor em volúpia ressoa
A promessa de ter para sempre Esperança!
Ricardo Camacho
*BRINDAREMOS A CURA!*
O passado passou e o futuro nos chama...
Houve a lágrima, amor, e também a semente.
Nascerá no amanhã a amizade sem drama,
os milagres na terra, a oração indulgente.
O altruísmo na estrada, o descanso na grama,
a criança feliz com a paz florescente,
o horizonte na frente, a conquista que inflama,
a canção jubilosa, o equilíbrio na mente!
Acredito em fartura e no abraço de novo,
o Brasil celebrando a bravura do povo.
Sem aquela tortura, estaremos bem perto...
Ano novo de glória, exercemos o certo,
e na lei do retorno a certeza perdura...
O Senhor nos salvou, brindaremos a cura!
Janete Sales Dany
*AMÉM*
Entre dores sem fim, mais um ciclo termina.
Houve pranto, labor, e também a esperança.
Congregados na fé e no amor que germina,
colheremos, então, um porvir de bonança.
Alegria no olhar, no sorrir da menina,
a velhice feliz aprendendo uma dança,
o descanso na paz, na bondade divina,
e o poder da oração que certezas alcança!
Esperamos em Deus, no ano novo, vindouro,
celebrando com fé, um alento, um renovo,
concebendo valor, no exercício do bem,
Alcançar e viver uma graça, um tesouro.
No prazer de beijar, dar abraços de novo,
alçaremos a voz em louvores, amém!
Geisa Alves
*ANO NOVO — VELHOS AFETOS...*
Ano novo a varrer o passado? Por quê?
Satisfeita com meu tortuoso caminho...
Coleção de arranhões configura um buquê,
Servirá como alerta ao perigo vizinho.
No tropeço, lições... Verdadeiro “A- bê- cê”!
Na ferida, o prazer de contar com carinho.
Se a lembrança esmaece em um tom degradê,
Reavivo o desenho e as imagens alinho...
Alvejando afeição, recupero o que trago,
Com afagos de atrás, regenero um estrago.
Das tristezas recolho os fiapos também.
O que fui e o que sou delineia o futuro,
Alumio, com fé, o trechinho no escuro...
Com a bênção do Pai, clamarei por Amém!
Elvira Drummond
*UM REMÉDIO AFINAL*
Eu não tenho um afeto a curtir calendário,
Para mim qualquer tempo é um tempo qualquer;
Não endosso sequer, uma data que quer
Ter um ciclo completo, em voraz relicário.
Mas, num ano repleto em soluço e calvário,
Tentarei, se vier um desejo sequer,
Escrever se puder, e se o tédio quiser,
Um relato discreto em fugaz comentário.
No qual devo dizer que amanhã vamos ter
Nosso novo ideal afastado do mal,
Retornando, a meu ver, a vontade de crer
Num remédio global, vencedor sem igual,
Que nos faça, esquecera doença e rever,
O sorriso afinal, regressar triunfal.
Plácido Amaral
*VIDA NOVA*
Na lembrança ficou, um passado tristonho;
Horizonte sem luz, infeliz trajetória,
Na clausura e na dor, na desdita de um sonho,
A dureza viral, a manchar uma história.
Mas renova-se a fé, no Ano Novo, e suponho
Seja um tempo melhor, sem grilhões... E a vitória
Almejada por nós, com semblante risonho,
Na acolhida da Luz, haja um mundo de glória.
Na esperança convém, confiar com ardor
Nas ações emergir, para o bem, com louvor
Restaurando no lar, a união e o sossego.
Vida Nova! E em Jesus, a passagem, mormente,
Traga o brilho do amor, renovando a semente
Da alegria e da paz, e no abraço o aconchego!
Aila Brito
*FOLHA EM BRANCO*
Nova tocha acendeu, nos trazendo a beleza,
No prenúncio vital, do correr dos ponteiros
Neste ciclo de vida, ascenção nos janeiros,
E ficou para trás, a lição, a clareza.
Ano novo começa, uma folha, a pureza,
Traduzindo algo novo um papel sem roteiros,
E possamos soltar, nossos sonhos ordeiros
Para o bom, dia a dia, esclareço em certeza.
Neste marco anual a proposta convém,
Regozijo terás se plantares o bem
Alcançando o teor do equilíbrio sublime.
Caminhamos veloz no percurso da vida,
Nos restando buscar o sentido a guarida
Acharás o perdão, com Jesus que redime.
Douglas Alfonso
*ANO NOVO, O QUE TRAZES?*
Ano novo que chega, o que trazes pra mim?
Eu queria viver em um mundo com paz,
Eu queria adoçar essa vida mordaz,
Eu queria florir, colorir o jardim.
Ano novo que chega, o que trazes, enfim?
Bom seria buscar o perdão contumaz,
Bom seria se a fé persistisse voraz,
Bom seria se o amor acendesse o estopim.
Ano novo que chega, o que trazes no peito?
Traga a nós o labor pra comprarmos o pão,
Traga a nós o valor de acessar o direito.
Ano novo que chega, o que trazes então?
Traga a nós o calor de abraçar com respeito,
Traga a nós o sabor de beijar com paixão!
Luciano Dídimo
*PEDRAS NO CHÃO*
Nos momentos finais da jornada cumprida,
apesar de aflições, amargores e falhas,
bendigamos a luz, companheira em batalhas
que nos deixa manter a esperança nutrida.
Conseguimos transpor tenebrosas muralhas
no trajeto feroz, provação dolorida
à firmeza dos pés com vigor defendida
entre as pedras no chão, verdadeiras navalhas.
Agradáveis jardins necessitam do alento
espargido em visões que preferem cenários
sem qualquer negridão, redolentes e vivos.
Para inflarmos o sonho, importante alimento,
mensageiro da paz a invadir calendários,
o ano novo garante infindáveis motivos.
Jerson Brito