Ato 4 — Definição
Ariadne, não consigo mais lembrar
O que eu vim fazer aqui. As vê-
zes, o olho claro da alma, escuta e vê
Inutilmente a vida se olvidar.
Falhei contigo... Hoje eu sei que o mar
Tem fim, e o céu talvez o tenha. O ser
Que vida tem — recusa-se morrer —
E vai de dia a dia, sempre adiar...
O corpo te recusa, ó morte certa,
E apenas de ec' os ares sucessivos
Encher de dias a nossa ausência certa.
É do vazio todo o nosso erêncio.
A morte só é problema para os vivos,
E a última palavra é do silêncio.