Ato 4 — Definição

Ariadne, não consigo mais lembrar

O que eu vim fazer aqui. As vê-

zes, o olho claro da alma, escuta e vê

Inutilmente a vida se olvidar.

Falhei contigo... Hoje eu sei que o mar

Tem fim, e o céu talvez o tenha. O ser

Que vida tem — recusa-se morrer —

E vai de dia a dia, sempre adiar...

O corpo te recusa, ó morte certa,

E apenas de ec' os ares sucessivos

Encher de dias a nossa ausência certa.

É do vazio todo o nosso erêncio.

A morte só é problema para os vivos,

E a última palavra é do silêncio.

Spatium
Enviado por Spatium em 30/12/2020
Código do texto: T7148123
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