A última cruz
Ao som de um blues, mastigo o pensamento,
qual fosse o ar a esmiuçar a vida:
No fim de tudo, esta manhã comprida
veio clonar meu colossal tormento?
Levanto e vago relutante, lento...
frente ao espelho, vejo dissolvida
minha vontade de vencer a lida,
que se alvoroça à convulsão do vento.
Não fosse a fé que, mesmo assim, me escora,
eu, francamente, fundaria agora
a última cruz do meu cruciante enredo.
Mas quando penso deste modo crasso,
Meu Deus, Jeová, me guarda em Seu abraço
e me sossega: Acalma, filho! é cedo.