SOL DE GESSO

A via de acesso perdura em bloqueio.

A grei mascarada no breu se aglomera.

Amarga, a existência, em vazio de fera.

O tanque de corpos transborda de cheio.

A cova conjunta cavada no veio

da perda impensável de amor primavera,

que sempre floria a abrandar sua espera.

Veneno, o alimento que brota no seio.

A morte, afinal, se proclama a vitórias.

A vida se rende, pequena, ao fracasso.

Sugados projetos, porvir, trajetórias.

E, outrora arredia, em brutal descompasso,

a gente que ardia à ganância por glórias

se empedra, com sede num simples abraço.