Soneto da Morada
Amar é abrir a porta para que o outro entre.
Permitindo desvelar os cantos da intimidade.
É estender a mão e caminhar sem medo,
E, sem pressa, ver quem lhe quer de verdade.
Amar é assentir a morada do amante,
Enquanto se abriga com imensa vontade.
Conquistar a presença com a porta aberta,
Tornando o seu lar para a eternidade.
A gaiola não torna o cativeiro seguro,
Pois o amor não é caça, mas uma espera
De quem sonha e abraça de jeito maduro.
O bem querer se percebe na primavera,
No momento que as flores apontam o futuro
De um casal em busca da risada sincera.