Esqueci na janela a paisagem dos sonhos.
Retornei para o quarto de folhas escuras,
onde a paz me acolhe, e triste, eu componho
retalhos de versos, sem nenhuma censura...
Das palavras me visto e assim sobrevivo,
nesse mundo etéreo de luz e de sonho...
E é então na poesia que encontro motivo
pra fazer os meus passos, bem menos tristonhos...
Que levem ,então, o vento, os versos que faço...
Sentidas canções, bálsamos para as feridas
das noites insones tão longas e tão frias...
Quem sabe, um dia, essa velha melancolia
transmute em cores nas palavras proferidas
pelo anjo que, enfim, preencha o meu abraço!