A FÚRIA DAS IDADES

O corpo sofre contra as mordeduras

das apressadas horas que, famintas

aplicam nos cabelos novas tintas

e açoitam a firmeza de estruturas.

A todo custo, as pernas tentam fintas,

os braços se contorcem e, inseguras,

as mãos agarram parcas travessuras

que gradativamente são extintas.

O aferro pulsa ainda, inflama um jovem,

erige o escudo frente às opressivas

mazelas que lhe trazem tempestades.

As forças, mesmo insanas, não demovem

o lutador se existem tentativas

de amenizar a fúria das idades.