Eu

Foi-me taça cristã e sacra fonte.

Foi cavaleiro em bárbara cruzada.

Foi-me ele caravela no horizonte.

Foi bandeirante em mim rasgando estrada.

Mas sou pagão. Quero beber no monte

Pela minha mão, a água coletada

E frescas, não de espinhos ter a fronte

Mas sim de flores tê-la coroada.

Sou um panteão! O último bacante!

Prefiro delirar abandonando,

Que ser no amor comum um delirante…

Serei para ele aquele que morreu,

No mundo viverei como exilado,

Serei Orfeu, mas feliz , sendo eu...