Frágil
O choro desperta a alma da noite,
brumando por minutos as estrelas.
Quem aflito assim terá de verte-las
vibrando o remanso como um açoite?
Que os sussurros já desconsolam a lua,
que se ocultam detrás da névoa escura.
Contudo, quem será de ser a frágil criatura
que despe a tortura de maneira tão crua?
Até mesmo a brisa silencia seu gemido
cedido à sensação desse agitado lamento,
que lacrimeja a dor, de uma talvez partida.
Ou decerto o esgotamento com a vida
fez nascer esse ângulo um tanto cinzento
sombrio, sem esperanças e tão sentido.