Na Gaveta... - Com Gustavo Valério Ferreira

A noite por que passa a negra ave

Varria, tristemente, o véu do mundo...

No denso santuário, a voz suave

Cantava, junto à lira, num segundo.

Surgiu no céu aquela estranha Nave

-- Destino permanente do defunto --

Pintando o som amargo e muito grave

Dos prantos que levaram todo assunto.

Jamais sentiu a vida a pobre moça,

Porquanto esteve triste e sempre insossa...

Mantendo, ainda assim, a branda fé!

Vivia imaginando a própria morte,

E na gaveta amada, num recorte...

Deixou um triste adeus no rodapé.

Projeto Escola Revivalista e Gustavo Valério Ferreira
Enviado por Gabriel Zanon Garcia em 22/12/2020
Reeditado em 27/12/2022
Código do texto: T7141983
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