A morte não finda, refaz.

A contemplar meus infortúnios existenciais,

Fiz-me um sozinho apesar das companhias.

Em silêncio gritam no meu peito as batidas,

Ecoadas pelo vazio que na alma se compraz.

Percebo que aqui dentro ainda há vida.

E tal manifestação em nada me satisfaz,

Não temer uma existência longa ou breve.

Torna-me petulantemente diferente dos iguais.

Sendo a nossa única certeza o desenlace...

Nesta luta quase sempre alguém se perde,

Aquele que sabe não ser o fim, és alegre.

Pois entende que é banal o medo dos mortais,

De tentarem evitar o inevitável não percebem,

Que a morte não finda, ela apenas desfaz.

Elisérgio Nunes
Enviado por Elisérgio Nunes em 19/12/2020
Reeditado em 20/12/2020
Código do texto: T7139511
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