CADERNETA
CADERNETA
Passou pela cabeça e eu escrevi.
Pois antes de ser verso ou pensamento
Fora a contemplação do vão momento
Ou algo de interessante que eu ouvi.
A folha em branco esteja sempre ali
Onde a escrita repouse sem intento
Para desanuviar meu sentimento
E depois me lembrar do que esqueci...
Tenho sempre no bolso; bem à mão,
Alguma caderneta de rascunho
Que me recebe as letras de ocasião.
E, senão de meus dias testemunho,
Haja ao menos dos gestos a expressão
D'esse afã de poetar de próprio punho.
Betim - 15 12 2020