ALGIDEZ
A madrugada chega e, maltrapilho,
o sonho sai à caça dos distantes
matizes de indumentos abundantes
nas sendas infindáveis que palmilho.
Do fado que lancina os delirantes,
embora tente, não me desvencilho:
a imagem graciosa e aquele brilho
reclamam estes olhos mendicantes.
Envolto em algidez e desamparo,
do atrevimento as portas escancaro
e sigo rumo a doces aventuras.
Enlaço tempestades fugidias
nos braços onde outrora me aquecias
porque definho... Mesmo sem loucuras!