NO PORÃO DA TERRA

Quando cerrado no porão da terra

E o bravo escuro se cobrir na tampa

Habitarei na mais profunda campa

Combaterei, mas é perdida a guerra.

No vale negro, donde vem a treva

Encontro a neve de carvão no abismo

E a culpa disso, falarei num cismo

É o resultado que legou-nos, Eva.

Mas, em respeito, não darei ao lume

Meu corpo inteiro, sem haver perfume

Porque na turba se conhece o vão.

Conformidade, se não for um tédio

Até que pode ser um bom remédio

Todo remédio vem a ser paixão.

Baixa Grande 19/12/2019

Luiz Izidorio
Enviado por Luiz Izidorio em 15/12/2020
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