A PESTE

A peste faminta engoliu a existência

no globo dos sapiens perdidos, insanos;

voraz, devorou-lhes a infinda vertência,

com dores, agruras a drásticos danos.

Um vírus baniu a solar convivência

no campo viçoso de plácidos lhanos,

conteve indivíduo na própria consciência,

a internos porões, calabouços tiranos.

O vírus saiu das entranhas da mente,

lastrou-se, voltou e adentrou-se na gente,

cravando, nas carnes, intrínsecos traumas.

Ressurgem, porém, dos avanços cessados,

uns homens quaisquer, na esperança curados,

traçando o amanhã, na harmonia das almas.