O Soneto das Ruas
O Soneto das Ruas
É preciso ter força a suportar o infortúnio
Ter coragem para sobreviver ao ocaso
Um após o outro sem ter um ósculo
Vivendo sobre essa terra parecida com um sub-mundo
Auguras são muitas as exigidas no passar
O ônibus que outrora passa sem pestanejar
Ou o peso de um filho no braço carregado
Cujas mulheres ou homens os levam quase como um fardo
Julgar aos outros é de tão fácil observação
Olhar aos céus sobre as calçadas num trepidar
Também é necessária para ter com elas, na constelação!
Carros e pés claudicam sobre este chão
Perdidos caminham para sua vida exausta
Com o fervor de todas as horas, no esperar do voejar de uma asa...