O RECADO DA CORUJA
O RECADO DA CORUJA
autor:j.r.filho.
O Mocho Branco emite um pio triste,
Na torre da matriz onde se aninha,
Canto que, ratos e almas encaminha,
Segundo reza a crença, o mito existe.
O som medonho causa medo e insiste,
E o vejo sobre o teto da cozinha...
Trouxeste, tu, a despedida minha,
Ou, meu sucesso, a Moros sugeriste?
Coruja branca! Mau agouro... Morte!
Carnívoro animal, de instinto forte,
Que em todo anoitecer vence a batalha
De achar comida e alimentar a prole.
Azar ou sorte, não há quem controle...
Por isso, te louvei: Rasga-Mortalha.
Amélia Rodrigues-Ba. 29 de outubro de 2020.
Soneto composto para a Trilha XVIII - LÚGUBRE - do FÓRUM DO SONETO.