ABRASSO – SONETOS ALEXANDRINOS DE FINAL DE ANO
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!
O ano foi sinistro, ó Deus, tende piedade!
Louvado seja o Filho, o Filho de Deus Pai,
que há dois mil anos veio em meio à iniquidade,
sofreu, mas perdoou até no último ai!
O mundo pede paz, um ano sem maldade!
De nós já se despede o ano velho e sai...
Que o Novo traga paz, saúde e equidade!
Bem-vindo, ó vinte um! Adeus, ó vinte, vai...!
Evitem festejar com povo aglomerado;
protejam-se, está perto a tal vacinação!
Mais um Natal, Jesus, por vós abençoado!
Se o ano foi sinistro, o Pai sabe a razão.
Jesus morreu na cruz, por nós foi imolado...!
– Um Feliz Ano Novo e um Natal de oração!
(Ineifran Varão)
OS VENDILHOES DO NATAL
Nas festas de Natal da imensa maioria
costuma -se esquecer do grande homenageado:
aquele que, ao nascer em pobre estrebaria,
sentiu na própria pele a dor do deserdado.
O luxo nunca esteve em sua companhia,
foi sempre de pobreza a lei do seu reinado.
Portanto não é justo o fausto neste dia
em que o seu natalício é por nós celebrado.
Um dia, ao expulsar do templo os vendilhões,
Jesus quis nos provar, na força das ações,
seu desprezo ao que é falso, usando o próprio exemplo.
Creio que, no Natal, se um dia aqui voltar,
olhando a hipocrisia, há de nos expulsar,
assim como expulsou os vendilhões do templo.
(Arlindo Tadeu Hagen)
DOIS MENINOS E O VELHO NOEL
Um menino carente esperando ansioso,
A resposta ao recado enviado ao Noel...
Sua carta, um riscado em um sujo papel,
No qual pede contente, um presente engenhoso...
O meu neto inocente, escrevendo orgulhoso,
Um rabisco explicado em seu jeito fiel
No mais puro traçado imitando um painel,
Solicita igualmente, algum carro assombroso...
Todos dois hoje estão aguardando o Natal,
Um, descalço no chão, bem abaixo ao sinal,
Onde pede um tostão pra levar para os pais...
O outro estando no lar, resguardado do mal,
Vive agora a pensar no seu sonho real,
De que o velho Noel não demore demais...
(Plácido Amaral)
SINOS NATALINOS...
DEM! Alardeia o sino, estende o som além...
VEM... Reverbera o toque e envolve sem motim.
TEM que quebrar tabus — ouvir do ateu “Amém!”
BEM haverá no mundo, harmonizado assim...
DIM! Ressoando o sino expande o amor e o bem!
SIM... Reafirma em tom que lembra o meu flautim.
VIM de distante terra, e amor me faz refém...
FIM haverá na guerra e anula o que é ruim.
DÃO! Repicando, o sino ampara o cantochão...
HÃO de chamar um anjo a mensurar o som
MÃO conduzindo o coro, enlaça a legião.
DOM! Comunica o sino e enseja o que há de bom!
TOM a clamar por paz... E quantos seguirão?
BOM... Assegura Cristo: a todos dei um dom!
(Elvira Drummond)
ANO 2O2O, ANO MALDITO
Dois mil e vinte, o ano esdrúxulo, maldito.
O mundo inteiro sofre o horror da Pandemia,
Que se estendeu, levando ao ápice a agonia,
Ao provocar a morte e o pranto, em negro rito.
É... realmente um ano estéril e precito,
Fruto da maldição do homem em heresia,
Que vive alheio à luz que reza a profecia,
Neste tempo de dor, um tempo de conflito.
Ano conflituoso em todo o seu percurso,
A viver no sufoco, ao abraço de urso,
A por ingente medo à tíbia humanidade.
Tristes festas serão as festas do fim do ano,
Ao sabor da tristeza e do assaz desengano.
Que atingem este mundo em sua iniquidade;
(J. Udine)
QUANDO A MORTE DANÇA
Eclode a pandemia... Atroz fatalidade
A castigar o mundo, em todos os setores:
Ceifa vidas, aqui e ali tal como flores
Ceifadas no furor da densa tempestade.
O cenário de dor da crua realidade
Retrata-se num quadro em suas negras cores,
Traçado no pincel em espirais negrores
Feito o voo de uma bruxa a destilar maldade...
A despedida do ano, as coloridas festas,
A magia sem fim, os coros, as serestas,
Passam nos ares como as lembranças de outrora...
Só a morte dança, então, de braços com a peste...
Silencia o Brasil, do sul até o nordeste...
Nenhum fogo festivo os horizontes, cora.
(Paulo Maurício G Silva)
FELIZ NATAL, IRMÃOS, E NOVO ANO DE PAZ!
É muito bom dizer: Feliz Natal, irmão!
E que no ano que vem haja prosperidade,
Mas, de quem é o Natal e a naturalidade?
Qual genealogia e qual sua nação?
Em Belém da Judéia houve um grande clarão.
O Verbo se fez carne e veio em humildade,
Mas, como Deus, é sim, o Pai da Eternidade,
Que venceu para sempre a fúria do Dragão!
Da Tribo de Judá Grandioso Leão,
Que virá com fulgor, com Seu cetro na mão.
Nasceu para morrer, morreu para nascer,
No coração de quem quer Seu grande poder.
Que dor, tristeza, enfim, sejam de Satanás.
Feliz Natal, irmãos, e novo ano de paz!
(Marlene Reis)
FELIZ NATAL E ANO NOVO
A todos eu desejo um Ano de ventura,
também Feliz Natal, saúde, poesia
que traz ao coração o encanto que auxilia
a recompor a paz, que tanto se procura.
E prevaleça o amor repleto de candura,
com toda a sua luz, que em tudo se irradia,
e faz viçar no peito o sonho, a fantasia,
a força do perdão, o bálsamo que cura.
Rever as posições, reconstruir o olhar,
cuidar da natureza, a tudo respeitar,
e acrescentar ao mundo um pouco de esperança.
Que impere em todos nós o gesto bom, humano,
que a tudo reconstrói, conduz a um novo plano
guiado pela fé, justiça e temperança.
(Edir Pina de Barros)
DEZEMBRO TRAZ NATAL E FESTAS
Dezembro traz Natal. O Rei maior nasceu.
Os Magos eram três. Lembrança vem também;
existe o bem e o mal! O livre-arbítrio é meu.
Há festas neste mês. Visito sempre alguém.
Não há ninguém igual! Só Cristo a cruz venceu;
o Verbo é que se fez... No corpo e alma tem
sinais do dom total... Jesus subiu ao céu!
Da boa escolha é vez; somente Amor sustém.
Oremos com fervor! Eterno Pai mentor;
dois mil e vinte, ao fim. Que chegue ao mundo, a paz!
Em toda parte há dor! Olhai, ó Bom Pastor!
Vírus nos dá pavor! Vacina, enfim, não há:
Faça o milagre peço e Vós sereis capaz!
Um Ano Novo creio, o mais feliz será.
(Sílvia Araújo Motta)
DE CICLO EM CICLO
Estamos em dezembro, em clima de união,
A confraternizar o ciclo que termina;
A luz de um novo tempo, a aurora, descortina:
Paremos para ouvir a voz do coração.
É hora de fazer honesta reflexão:
Essenciais lições a vida nos ensina.
Nossa esperança emerge... Uma vez mais, germina...
Busquemos alcançar a nossa evolução.
É tempo de parar e refazer os planos;
Tentemos evitar os capitais enganos;
É necessário agir no tempo certo: agora!
Tenhamos atitude, em atos coerentes...
Saibamos distinguir os passos mais urgentes
Porque, de ciclo em ciclo, a vida vai-se embora.
(Gilliard Santos)
BRINDAREMOS A CURA!
Tetrâmetro Anapéstico
O passado passou e o futuro nos chama...
Houve a lágrima, amor, e também a semente.
Nascerá no amanhã a amizade sem drama,
os milagres na terra, a oração indulgente.
A canção jubilosa, o equilíbrio na mente,
o altruísmo na estrada, o descanso na grama,
a criança feliz com a paz florescente,
o horizonte na frente, a conquista que inflama!
Acredito em fartura e no abraço de novo,
o Brasil celebrando a bravura do povo.
Sem aquela tortura, estaremos bem perto...
Ano novo de glória, exercemos o certo,
e na lei do retorno a certeza perdura...
O Senhor nos salvou, brindaremos a cura!
(Janete Sales)
O GRANDE TIMONEIRO
Se as luzes do Natal enfeitam moradias
na festa em que é lembrado o santo nascimento,
em clima fraternal, deixemos o momento
repleto de esperança, impulso destes dias.
O olhar que espreita, infame, algumas alegrias
iremos dispersar e o tempo turbulento
será levado logo a acompanhar o vento
que varre o dissabor de tantas pandemias.
Dois mil e vinte parte e a chama forte, viva
da crença na vitória é salutar luzeiro
no escuro deste chão que de ferrões nos criva.
Para enfrentar o mal que assola o mundo inteiro,
juntemos corações na prece coletiva
porque jamais se omite o Grande Timoneiro.
(Jerson Brito)
MENINO LUZ
Na noite escura o céu emana fulguroso
E vem a Estrela Azul em chamas condutoras.
O Rei recém-nascido em graça, esplendoroso,
Nos jorra com vigor as bênçãos protetoras.
O nosso frágil Rei, pequeno e poderoso,
Estende para nós as mãos acolhedoras
Nos dando o seu perdão verdadeiro e amoroso
Que alento sempre traz para almas devedoras.
Em raios, sua luz, as ofensas releva,
Ferindo com amor a cada coração
Que acaba dissipando a nossa densa treva.
O Rei Menino Luz nos vem com seu clarão,
O qual nos recompõe, restaura e nos eleva,
Fazendo cintilar em nós a redenção!
(Luciano Dídimo)
ANO VINDOURO
E o ano passou feito uma vil tempestade
Tenebrosa procela, assaz tempo infecundo
Lacuna temporal na existência do mundo
Vidas ceifadas – Grande anseio o peito invade.
Não deixará sequer um só quark de saudade
Este mórbido instante a assolar tão profundo
E até mesmo abalando as bases do submundo
Donde procede tão malina potestade.
Não existe Esperança em que não haja espera
Tal qual a natureza aguarda a Primavera.
Que seja venturoso, então, o ano vindouro!
Que reine a Paz, o Bem Maior - O Pleno Amor
Livrando-nos do mal, do flagelo da dor.
- Que demos mais valor ao Ser..., e não ao ouro.
(Paulino Lima)