VADIA
VADIA
Vadia minha com meus, seus mistérios
Sozinha se angustia, e reza esperança
Irremediável cruel, sem crença alguma
No torpor pecaminoso, alma se perfuma
Beleza triste, meu amor renego, minto
Pelos burburinhos eu me entrego, a ouvir
Trevas de seu corpo não ilumino, abomino
Penso ser santo inocente, o inocente é ela
Natureza solidão pura insensibilidade
De querer mulher flor pura, singela
Fingir riso, quando a vontade é pranto
Que seja meu maior encanto, como conto
Que eu quebre o encanto dela, seja minha
Vadia, santa, ou puta, vê-la criatura bela
ADELE PEREIRA
10/12/20