Penúltimo soneto
A noite se aproxima a cada dia
E a noite desvela um estranho manto
Que produz em nós um tipo de pranto
Manifesto em singular agonia
Os tempos são do penúltimo canto
E o ar está cheio de certa anomia
Há lugar para uma nova utopia
O que haverá depois, será espanto
Aqueles que no silêncio habitam
Constroem de cada canto, vergonha
Até que um dia, solenes, gritam
Olharam retos a coisa medonha,
E para ela com vigor atentam,
Sem ver que lhes injetava peçonha