AS ESTRADAS DA VIDA
Diferente são da vida as estradas,
Que o Destino nos deu a palmilhar.
De florês mil algumas são juncadas,
Outras espinhos tem a atapetar.
Aquelas são suaves, perfumadas,
A Fortuna caminha a nosso par.
Nestes sangram os pés, e a alma é abrasada
Pelo sol da desdita a crepitar.
Mas ao término, enfim, desta jornada,
Um estranho contraste nos aguarda,
Enveredando assim noutros caminhos
Compensando-nos os gozos e as dores,
São se espinhos as que foram só de flôres,
São de flôres as que foram só de espinhos.