Ego
Se as folhas mortas do meu ego tremulassem
Como transmutam meus desejos indecentes,
Em tardes lúgubres apenas adornassem,
Tua imagem em meus beijos transparentes.
Se os troncos rudes do meu ego esvoaçassem
Como alvoroçam meus desejos libertinos,
Em noites rubras apenas entornassem,
Tua beleza em meus caprichos peregrinos.
Seria a forma de amar, triste ou contente,
À tarde em ouro que encanta ou ilude,
O teu sorriso a despertar-me brandamente.
E ao tom das chamas do meu corpo suavemente,
Amar cantando um verso triste e amiúde,
Para de novo adormecer eternamente.