À RISCA

À RISCA

As linhas no papel tenho seguido

À maneira d'um mapa do futuro:

Útil, firme, vistosa...O que procuro

Seja uma arquitetura do inavido!

Para gente viver que o construído

Se me projecta para além do obscuro,

Tornando-me, por hábito, maduro

Ao ser, senão mais sábio, mais sabido.

Desenho a planta baixa sobre a terra,

Enquanto cada estaca mais s'enterra

Para que o prédio mais alto s'eleve.

E o papel que me aceita o devaneio

Recorde meu engenho e meu anseio

Se tão longa a arte quanto a vida breve.

Betim - 07 12 2020