Sem mais, sem menos
Quando ela chora, dos medos fala,
feito quem pede perdão, e espera...
Eu lhe respondo que a primavera
rompe do inverno, que a dor exala.
Soluça um pouco, percorre a sala,
sorve a palavra, pousa, pondera...
e abre um sorriso – sim, eu pudera
provar seu riso, assim que estala!
Se vem de novo, sou seu bordão;
e ela me fala de solidão
com os olhos tíbios, clarões pequenos...
Não é tristeza mas é cansaço,
é seu motivo pro meu abraço.
E nos amamos – sem mais, sem menos.