Sem mais, sem menos

Quando ela chora, dos medos fala,

feito quem pede perdão, e espera...

Eu lhe respondo que a primavera

rompe do inverno, que a dor exala.

Soluça um pouco, percorre a sala,

sorve a palavra, pousa, pondera...

e abre um sorriso – sim, eu pudera

provar seu riso, assim que estala!

Se vem de novo, sou seu bordão;

e ela me fala de solidão

com os olhos tíbios, clarões pequenos...

Não é tristeza mas é cansaço,

é seu motivo pro meu abraço.

E nos amamos – sem mais, sem menos.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 07/12/2020
Reeditado em 07/12/2020
Código do texto: T7129927
Classificação de conteúdo: seguro