Soneto silêncio
A caneta às vezes fica tão calada e sem tinta
que parece a escuridão no frio da neblina
cegando meus sentimentos mais sublimes
e aflorando tristezas no papel retorcido.
Agora, exatamente neste momento, morri
em algum coração que me esqueceu
por orgulho ou egoísmo de nosso tempo
tão indiscutivelmente descartável.
Meus olhos continuam tristes até no riso,
não conseguem esconder as luzes apagadas
em meio ao brilho de chuva de estrelas.
A caneta está seca tal qual o mar de sal,
seca tal qual minhas lágrimas,
ali não há sentimento, ali só há silêncio.