O anão de Sark
Na ilha de Sark vivia um certo anão –
Como chegou lá, ninguém podia explicar.
Sua sanidade há muito veio a declinar
Devido a seus longos anos em reclusão.
Pela Lua nutrira estranha paixão;
Sentava-se numa escarpa, em frente ao mar,
E com seu reflexo ficava a conversar
Até nascer o dia, envolto em solidão.
Ansioso por ver seu romance consumado,
Sem mais delongas n’água um dia saltou:
Em paga deste seu ato tão impensado,
Em meio à imensidão marinha se afogou.
Por uma baleia seu corpo foi achado,
E sob os corais gentilmente o enterrou.