Saudade
O som do sopro sobre os olhos meus
o tom do toque toma o tempo todo,
e a lágrima alva lava a lama e o lodo
da dor co'a flor de amor que não morreu.
Sereno, reino ameno e ao menos eu
no gosto posto o rosto oposto eclodo
no tinto instinto extinto e sinto o engodo
na chama calma a qual emana Orfeu.
Saudade invade co'a verdade, e amar,
e almejo o pejo no desejo puro,
ensejo o beijo no lampejo ardente
que mora agora, outrora, n' outro lar.
Na instância a dança alcança a luz e curo
lembrança que me avança loucamente...