UM SOBREVIVENTE

Selvas do Acre me viram nascer.

Sangue de índio e de nordestino

Trouxeram à luz aquele menino

De futuro difícil de prever.

Longa viagem, em Natal veio ter,

Já sem mãe, ainda tão pequenino.

Que mais lhe reservará o destino,

O que mais veio fadado a perder?

Duas tias então se revezaram,

Com amor e desvelo o criaram,

Salvaram aquele ser tão carente.

Se mais alto não conseguiu chegar,

Uma coisa não se pode negar,

De que sempre foi um sobrevivente.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 02/12/2020
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