UM SOBREVIVENTE
Selvas do Acre me viram nascer.
Sangue de índio e de nordestino
Trouxeram à luz aquele menino
De futuro difícil de prever.
Longa viagem, em Natal veio ter,
Já sem mãe, ainda tão pequenino.
Que mais lhe reservará o destino,
O que mais veio fadado a perder?
Duas tias então se revezaram,
Com amor e desvelo o criaram,
Salvaram aquele ser tão carente.
Se mais alto não conseguiu chegar,
Uma coisa não se pode negar,
De que sempre foi um sobrevivente.