Impulso
Havia tempo que da alma não fluía
o impulso para uma poesia de amor...
Distração ou na verdade não havia
os olhos para conduzir o autor?
Todavia agora eu os tenho! E me convidam
carinhosamente para o nobre romantismo
meu, já quase desleixado, e me falam
de ficções. Vãs? Eu já padeço e cismo...
Queima-me a loucura que me conduz
a um desejo de amor ou a um pesadelo;
a estradas sombrias ou de forte luz...
Ruim seria acreditar que, sem algum zelo,
meu apaixonado poema não compus...
Se teu olhar intenso me pedia para fazê-lo.