Soneto da Crucificação
Jorge Linhaça
 
Quarenta e nove cruéis chibatadas
Foram teu saldo por ser diferente
Tua coroa d'espinhos formada
Rasgou-te a fronte , o sangue vertente
 
Tu carregaste a cruz malfadada
entre o escárnio cruél de tua gente
Nesse martírio seguiste a estrada
Qual um cordeiro, calado, inocente
 
Quando os cravos as carnes rompiam
Dos pulsos e pés pregados na cruz
Poucos choravam e muitos se riam
 
Não percebendo tua grande luz
Dados jogavam e vinho bebiam
ali aos teus pés, ò Cristo Jesus
 
Salvador, 26 de fevereiro de 2012