Eu que outrora vivia em sonhos tantos...
Eu que outrora vivia em sonhos tantos,
A vagares sigo na soledade...
Ouvindo a noite com seus encantos,
A plangeres-me a lira da saudade.
Recamada por brumas vagarosas,
Entre aromas de flores pelos ares...
Traz-me tu, que vaga nessas umbrosas,
O lírio que a tristeza desfolhaste.
Ó silêncio das campas mortuárias,
Onde voeja entre sombras silente
A morte cantarolando a tua ária.
Escutais aqui as dores e os prantos,
Deste que hoje morre serenamente,
Mas qu'outrora viveste em sonhos tantos.