Alvor

Em Alvor cresci, junto à sua ria, onde muito nadei,

muito berbigão eu lá, com meus irmãos, apanhei.

Eram tempos do cigano Lineu e da cigana Estrela.

Ele vendia mulas e seus burros, ela bordados a estrear.

Havia a Maria Caloa, com a qual todos gozavam,

por ela não se lavar.Também o Raul, no seu praguejar,

e o aguadeiro, com sua carroça, vendia cântaros de água a apregoar.

E meu pai vendia batatas de rua em rua, às senhoras que compravam.

Eu regava as batatas e o milho nas duas hortas de meu pai,

e tratava das vacas e dos porcos, sem nunca dizer um aí.

Nas descascas do Armando Isidoro era depois baile e festa.

Eram tempos belos, sem ter televisão, em que se ouvia as rádio novelas,

eram tempos dos "Abba" que cantavam "Fernando" e canções outras...

Assim naquele tempo, eu sempre dizia, não há Alvor como esta!

HelderDuarte
Enviado por HelderDuarte em 29/11/2020
Reeditado em 29/11/2020
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