Soneto Secreto
A Luana Luduvice
De mim não te escondas assim, Luana!
Vem mole, lânguida, vem desmedida,
Que eu te espero como um pobre suicida
Espera o fim da sua vida mundana.
Trago no cerne uma vontade insana
De ver-te das angústias protegida,
Mas ao saber-te distante e sofrida,
É somente dor que meu cerne emana.
E é, Luana, uma dor tão viva e espessa,
Que até os batimentos me acelera
E a pele inflama em febres sufocantes.
E quanto mais de amor eu adoeça
E mais este amor seja uma quimera,
Mais, em meus sonhos, seremos amantes.
Wedmo Mangueira – 24/12/2004